segunda-feira

Rascunho-projeto de filme



A idéia central fundamenta-se em superestruturas dentro de outras superestruturas, formando níveis diversos numa espécie de torre de Babel descendente, num sentido subterrâneo ou interiorizada.


Um ou mais personagens percorrerão essa tragetória descendente à procura de algo, descobrindo paralelos em sua jornada com as idéias da queda primordial. Como a linguagem será macrocósmica, para equilibrar o enredo a busca deverá ser por algo concreto, valioso e ausente. Esse bem será a água. Ainda porque num sentido descendente encontrar água é algo possível, ainda que não necessário.




A noção de superestrutura no filme será de algo grandioso, porém vazio, quase abandonado. Muito espaço é oferecido, provocando ilusão de simplicidade. As coisas irão mudar quando vistas de perto. Serão superestruturas insensíveis e traiçoeiras.



As imagens devem, em sequência, transitar por seguintes ambientes: a) deserto ou sertão, algum local perto do Rio São Fransisco com a condição do rio ter secado. É necessária total ausência de água para provocar a busca, porém é necessáriа também uma lembrança da existência da mesma, como um leito seco, ou represa. Além disso o deserto pode ser considerado uma superestrutura; b) usina hidro-elétrica abandonada, ou aparentemente abandonada, já que é uma superestrutura e que permite o início para o caminho descendente. Seu interior é um arranha-céus ao avesso. Mesmo sendo um local fisicamente restrito, fechado, comporta ambientes amplos. Imensos saguões, corredores subterrâneos quilométricos, casas de máquinas, turbinas e câmaras; c) a medida que os personagens descendem, a realidade fica cada vez mais obscura, de modo a permitir introdução de novos ambientes com elementos de absurdo. Por exemplo, um abatedouro e frigorífico de humanos, que são arrastados para lá por uma seita esotérica que alimenta-se da carne produzida e extrai água dos corpos de suas vítimas. Extrai-se água do corpo humano naquele local.



E etc.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que eu tenho que conviver mais com vc. Pra, quem sabe, aprender a escrever fodamente assim... Ah! seria um filme "pior" do que Tarkovsky...ainda bem que é um filme no texto, haha. :)