quinta-feira

04 de janeiro de 2001

Bateram a porta. Finalmente. Muito trabalho para fazer. Já esperava há meia hora.

Abriu a porta. Contra-capa da rua sob estalos metálicos dos dedos e trancas. Ela entrou - porta, sala, quarto.

Ela. Olhos calmos, gestos profissionais, roupa discreta. Parou. Barulhos da rua. Carros, buzinas, metrô, pessoas difusas. No quarto - pequena mesa com máquina de escrever num canto, colchão no outro, pequena estante com livros, uma cadeira.

"Podemos começar?" - e ela, olhos metano, acena, leve, pálpebras e silhueta. Paletó marrom. Que abre e revela surpreendente mulher escarlate por trás. Meia calça, soutien, tudo descascando pela pele.

"Deite-se no colchão, por favor".

Temos o seguinte quadro:

Uma mulher, nua, deitada imóvel num colchão amarrotado. Um sujeito, visto de costas, sentado à mesa, digitando algo em uma máquina de escrever antiga.

A cena tem duração de uma hora.

Um comentário:

H. Aluria disse...

Esse seu meio sci-fi obscuro e pervertido/ perversor...